sexta-feira, 24 de julho de 2009

Caio, Igor, joãos, marias, josés e tantos outros...Nossa vida está cada vez mais povoada de pessoas que partiram de formas tão trágicas que mesmo a mente mais aguçada não seria capaz de imaginar.
Hoje, quando a tragédia bate tão perto de nossa porta, até mesmo dentro de nossas casas, quando não podemos mais olhar para o outro lado e fingir que são somente números, nos perguntamos " até quando?" Até quando pessoas que amamos, que vimos crescer, que embalamos podem perder a vida de forma tão banalizada? Até quando vamos ver pessoas que ontem eram crianças alegres, pacíficas serem capazes de tirar vidas como se isso fosse absolutamente natural? Onde nos perdemos em todo esse mundo-de-meu-Deus? Onde foram parar nossos ideais, nossas certezas, nossa misericórdia?
Há muito, temos ouvido falar da chegada de um tempo em que pai iria se voltar contra filho, irmão contra irmão, amigo contra amigo, mas nunca imaginamos que este tempo realmente chegaria... Ver aqueles que amamos partirem tão tragicamente, deixa na garganta um grito sufocado de revolta, um gosto amargo de tristeza que não podíamos imaginar tão grande... Hoje, a dor, a tristeza, se misturam a lições ouvidas tantas vezes em nossas aulas que nos diziam para nunca julgar, olhar sempre com olhos misericordiosos e acolhedores mesmo aqueles que parecem ser nossos maiores inimigos e tudo nos parece tão difícil. Percebemos agora que "ouvir" uma lição não significa "aprender" uma lição. Temos que pôr em prática toda a nossa fé, nossa fraternidade para não apontar o dedo em riste e condenar. Muitas vezes estivemos no mesmo lado dessa rua e também já fomos assassinos frios e calculistas e se hoje estamos do lado de cá dessa mesma rua, não podemos nos arvorar juízes de nada. Não podemos nos esquecer que os sentimentos que nutrimos só podem alimentar um "momentum" afim. Ódio só poderá alimentar e aumentar o caudal de ódio que inunda nossa Terra. Como poderemos querer que a paz se faça presente se ainda estamos querendo vingança? Como podemos desejar que essas famílias sejam consoladas se tudo o que conseguimos alimentar é um "momentum" de vingança? Temos que "desaprender" os milênios que criaram em nós uma crosta de seres vingativos e julgadores. Temos que reaprender que somente o Amor é capaz de mudar essa "realidade" que teima em bater à nossa porta. Existem sempre alternativas para nossa atitudes.
Que este seja um momento de racionalizarmos nossos instintos e saber que é preciso uma consciência maior, um mergulho mais profundo em nosso EU SOU para podermos transformar, antes de mais nada, a nós mesmos e como consequência, todo esse mundo-de-meu-Deus.
Que as bençãos consoladoras de Maria de Nazaré possam cair sobre todos nós e que possamos abrir nossos corações para uma nova vida.
Namastê

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