À tarde, ao regressar do serviço, viu defronte a um bar um bloco de trabalhadores da fábrica e, no meio deles, o guarda que o abraçara pela manhã. Passou mais perto e observou que o guarda tentava apartar uma briga entre dois irmãos, que se desentenderam por coisas de somenos importância. O policial, vendo inúteis seus esforços e porque a discussão já se generalizava, envolvendo todo o bloco, tirou da cintura o revólver e ia usá-lo para impor sua autoridade. Chico, mais que depressa, chegou perto e pediu-lhe: "Calma, meu irmão".
O guarda voltou-se contrariado mas, reconhecendo Chico, como que envergonhado do seu ato, parou de súbito e exclamou: "Muito obrigado, Chico!" Controlou-se, usou da palavra, aconselhou e o bloco foi desfeito com o arrefecimento dos ânimos...
À noite, indo Chico para o Centro Espírita, encontrou-se com o oficial novamente. "Chico, ia procurá-lo e agradecer-lhe, muito de coração, o bem que você me fez, por duas vezes". Anteontem sonhei com você, que me dizia: "Cuidado, não saia de casa carregando arma à cintura como sempre o faz. Evite isso por uns dias... Por isso é que lhe disse, hoje, pela manhã: "Obrigado, Chico!" Referia-me ao sonho, ao seu aviso. Mas me esqueci de atendê-lo. Saí armado e, se não fosse o concurso de nossos amigos espirituais na hora justa, teria feito hoje uma grande bobagem. Poderia até ter matado alguém... Mas a lição ficou, Chico. Muito obrigado, Deus nos ajude sempre!"
O fato mostra, primeiramente, como Chico era um instrumento da paz neste mundo. Visitando o amigo em sonho e depois o salvando, pessoalmente, de se comprometer seriamente com a vida.
Também mostra como ainda ignoramos mensagens claras de alerta, de aviso, que buscam nos preservar de problemas maiores na existência. A espiritualidade se utiliza dos sonhos, das intuições e até dos que estão ao nosso redor para nos dar recados, para nos trazer advertências preciosas. Só quem está com os pensamentos em equilíbrio e com a alma tranquila, consegue ouvir e se aproveitar dessas oportunidades inigualáveis.
Quando estamos nervosos, afundados em ódios e pensamentos negativos, tornamo-nos surdos a qualquer bom conselho que possa nos ser dado. Os Espíritos influenciam muito nossos pensamentos e atos. Escolher que conselhos vamos ouvir, que influências, boas ou más, iremos nos permitir, é escolha apenas nossa. Utilizemos nossa sensibilidade. Prestemos maior atenção às intuições. Paremos, sempre que possível, elevando o pensamento em oração e perceberemos que podemos receber muito mais ajuda do que imaginamos.
Fonte: Redação do Momento Espírita, com base no cap.48, do livro Lindos casos de Chico Xavier, de Ramiro Gama, ed. Lake.***
“Os espíritos protetores nos ajudam com os seus conselhos, através da voz da consciência, que fazem falar em nosso íntimo - mas como nem sempre lhes damos a necessária importância, oferecem-nos outros mais diretos, servindo-se das pessoas que nos cercam”
Allan Kardec
(Retirado do site http://www.espiritbook.com.br)
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