segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A PROBLEMÁTICA DA MORTE

     O problema da morte reside na desimpregnação dos hábitos, das estruturas moleculares do corpo, principalmente quando largos são os anos da existência corporal. Liberar-se de todo o complexo de fixações das experiências, nos painéis da alma, não constitui um sortilégio que se possa vivenciar de um para outro momento. Viciações arraigadas, comportamentos dominadores, conduta automatista, criam reflexos condicionados no perispírito que, ao se ver livre da indumentária carnal, repete as sensações perturbadoras, gerando desequilíbrio. Assim considerando, a morte alonga-se durante a libertação de todos os fenômenos biológicos a que o Espírito se encontrava imantado.

     Por isso, nas faixas da perturbação, os Espíritos mais vinculados ao corpo experimentam sensações equivalentes às da matéria, transmitindo-as aos médiuns que, por conseqüência, passam, quando não educados, a sofrer-lhes a pertinácia, nascendo as obsessões físicas ou psíquicas. No intercurso mediúnico, porém com finalidades terapêuticas, também os médiuns registram as mesmas sensações, impregnando-se daquelas que tipificavam o desencarnado antes do decesso tumular, no entanto, logo se liberam das mesmas.
    Abençoado recurso, o da mediunidade, que concede diminuir-lhes as impressões grotescas, e que, após alguns instantes, são também eliminadas do aparelho mediúnico, restaurando-se a paz e o equilíbrio no instrumento da caridade. Desejando servir, não se preocupem os obreiros da mediunidade com as sensações, às vezes, desgastantes ou perturbadoras, que experimentam antes, durante ou pouco depois dos fenômenos psicofônicos, perfeitamente naturais nas comunicações responsáveis e verdadeiros. 
 Livro: Suave Luz nas Sombras (João Cléofas & Divaldo P. Franco)

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