sábado, 6 de agosto de 2016

QUE DEUS SOU EU? SHIVA

Um dos deuses mais venerados do panteão hindu, está relacionado à destruição, calma, paz, introspecção e transformação. A palavra destruição aqui pode ser mal interpretada, devemos entender que somente será destruído aquilo que for possível ser destruído. A destruição de Shiva é a destruição daquilo que é aparente e que encobre a realidade absoluta, é a destruição da nossa ignorância. 
Shiva é o deus da disciplina, criador da yoga, assim ele vem mostrar de que forma podemos destruir a ignorância e atingir Moksha, a liberação do ciclo de nascimento e morte. Ele é representado meditando nas neves do monte Kailasa, onde a brancura da neve representa a mente sattvica ou purificada necessária para meditar; seus olhos estão entreabertos mostrando que sua mente está absorta no ser enquanto seu corpo se relaciona com o mundo. Em seu pescoço ele carrega uma cobra enrolada que representa o ego (é venenoso e quando ataca) sob controle, usado como adorno somente. Em sua cabeça a lua como enfeite (lua= memória, ego); sua arma é o trishula ou tridente simbolizando não só a destruição do ego e seus três tipos de desejo: físicos, emocionais e mentais, mas também a transcendência dos três mundos, dos três gunas (sattva, rajas e tamas) e dos três períodos de tempo (passado, presente e futuro). 
   Pendurado no tridente está o tambor (Damaru) que representa o som, o fenômeno da criação do qual fazem parte da manutenção e a destruição: no movimento do tridente o tambor toca e a criação ocorre. Do topo de sua cabeça nasce o ganges (conhecimento), seu corpo coberto de cinzas representa a queima da ignorância, da ilusão e todos os desejos. O touro, símbolo de Shiva, representa a força criadora voltada para si mesmo, para o autoconhecimento. 

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