domingo, 24 de janeiro de 2016

OS MÉDIUNS DA REGENERAÇÃO

   
Os médiuns do século 21 experimentam um novo gênero de necessidades. Nos séculos 19 e 20, os fenômenos tinham propósitos de convencer, gerar pesquisa, incentivar a cultura do sobrenatural com explicações racionais e lógicas e radiografar o mundo espiritual. Agora que o período de regeneração começa a despontar, os médiuns percebem mais profundamente a si mesmos e não somente as entidades espirituais.
   Na regeneração teremos mais médiuns da Luz do que do sombrio; mais buscadores da verdade que liberta do que intérpretes das causas que se aprisionam na dor; serão mais terapeutas que sensitivos; mais educadores que adivinhos.
Na regeneração a mediunidade será mais focada no entendimento da vida emocional e mental do médium do que do entendimento dos mecanismos do fenômeno em si. Quando procura entender detalhes do fenômeno, o homem sente necessidade de padrões. Quando procurar entender o médium e sua complexidade, o homem vai concluir que as expressões da mediunidade são tão diversas quantos são os seus canais mediúnicos de manifestação. Essa compulsiva necessidade pelo saber na comunidade espírita traduz uma ânsia do ego de se sobressair. Enquanto a competência pelo sentir pode nos levar à realidade, essa soberba intelectual continua nutrindo a ilusão.

   Os médiuns da regeneração guardam alguns traços em comum:  são cultores de um idealismo superior com impacto na sociedade carnal;  pensam de forma sistêmica, coligam mundo espiritual e mundo físico. 
Infelizmente ainda vemos hoje um resíduo cultural da história da comunidade espírita nessa separação cartesiana entre o que ocorre na reunião mediúnica e na realidade da vida como um todo. São contrários a toda forma de autoritarismo, uniformização e dogmatismo; louvam as comunidades e os grupos onde eles possam florescer como parte integrante e não como ícones; não vivem sem a sensação de pertencimento; possuem noções justas de trabalho e de qualidade de vida; desaprovam o sacrifício incoerente diante de suas necessidades e nem por isso são menos comprometidos.
   Elegem a afetividade como forma prioritária de comunicação humana, por meio do diálogo interativo; seu foco é o desenvolvimento humano. Algo extremamente valoroso, se considerarmos que nas comunidades espiritualistas o incentivo ao desenvolvimento mediúnico já causou muitos efeitos indesejáveis e produziu médiuns sem comprometimento, que apenas assumiram a tarefa para se livrar dos tormentos da dor pessoal, acreditando que desenvolver mediunidade resolveria suas lutas individuais.
Amam o renascimento de conceitos, a espiritualidade e repudiam formato religiosos, a intolerância, a violência e o preconceito.
   Os médiuns da regeneração, por fim, amam a originalidade, a autenticidade e não encontram motivação em seguir padrões perante os quais não possam examinar, mudar ou questionar. A regeneração não vai surgir pela forma de pensar o mundo; vai surgir quando os homens renovarem a forma de sentir o mundo. O Espiritismo é uma luz para o pensamento, descerrando as clareira da vida imperecível. Mas somente o amor sentido e aplicado vai trazer ao mundo os caminhos da Paz e da Sabedoria, com os quais a humanidade encontrará chances de avançar rumo a dias melhores.

Retirado do Facebook, página Universalismo Crístico Campinas. Extraído do livro O Lado Oculto da Transição Planetária de Maria Modesto Cravo psicografado por Wanderley de Oliveira.

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