quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

SE EU TIVER TEMPO

    Quero sentir as flores que perfumam e eu não vejo, o cheiro agreste das plantas e as águas cristalinas pulando de pedra em pedra, quero ver a Natureza,
     Um dia... se eu tiver tempo.
    
    Quero ver o meu amigo que está bem perto de mim, escutar seus sofrimentos que podem também ser meus. Dizer-lhe: sou companheiro e nós dois somos alguém,
 Um dia... se eu tiver tempo.

     Quero a presença dos animais que matamos dia a dia, deixando o mundo poluído, chorando coberto de luto. Quero ouvir o canto dos pássaros, poetas de nossas matas.
   Um dia... se eu tiver tempo.

    Quero rolar no capim fresco. Lembranças da meninice. Ficar na sombras das árvores, só, pensando em nada, olhar o vento que passa bulindo com a plantação. 
     Um dia... se eu tiver tempo.    

    Ainda vou gritar com força, contra a força dos grandões que cometem as injustiças, vou brigar pelos direitos dos indefesos e oprimidos, vou deixar de ser omisso.

     Um dia... se eu tiver tempo.

    Vou brincar com as crianças, dar-lhes carinho e atenção. Jogar bolinha de gude, consertar seus brinquedos, ouvir as suas histórias e compreender a juventude. 

      Um dia... se eu tiver tempo.

     Sei que vou morrer, alguém jamais foi eterno. Vou preparar meu caminho com as rosas da bondade, olhar para as pessoas e chamá-las todas de gente, reconciliar-me com Deus.

     Um dia... se eu tiver tempo.

     Um dia... se eu tiver tempo, vou parar a correria neste mundo robotizado onde não conheço ninguém, porque já é tempo de pensar se quando eu quiser ser bom, talvez, não tenha mais tempo.


     Quero um Natal de Paz em que todos sejam iguais, onde as crianças nãos e dividem pelos preços dos presentes. Ainda vou ter um Natal onde só se distribui amor.
      Um dia... se eu tiver tempo.
 Antônio Hélcio P. Queiros 

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