terça-feira, 3 de junho de 2014

A REFORMA ÍNTIMA INCOMODA

Quando damos nossos primeiros passos na reforma íntima, via de regra causamos o interesse daqueles que nos são mais próximos, nossa transformação se traduz em alegria para alguns e inquietações para outros. Essa transformação nos hábitos e costumes e na maneira de como entendemos e vivemos no mundo, causa desconforto em muitos companheiros de jornada que ainda situam-se refratários ao chamamento do Alto, independente de sua rotulagem religiosa. Quando mudamos para melhor isso incomoda nossos companheiros encarnados e desencarnados que ainda regalam-se nas facilidades e prazeres que a vida terrena nos proporciona.
A curiosidade sobre nós.
Há uma aura de curiosidade que cerca o Espiritísmo e os espíritas; quando dizemos que somos espíritas as reações logo aparecem e quase todas da mesma maneira. Há pessoas que lançam um olhar de curiosidade e perguntam logo se vemos os espíritos, se onde frequentamos tem tambores, velas e toda a ritualística característica de nossos irmãos da Umbanda ou demais religiões de ancestralidade africana, aí respondemos que somos espíritas kardecistas, (como se houvesse outro tipo de Espiritísmo). Há aqueles que se apavoram e crêem que somos ligados ao demônio, há aqueles que já querem saber se eles estão com alguma entidade ou coisa parecida, tem aqueles que sendo também espíritas nos perguntam em que centro vamos e quais são as nossas mediunidades, sempre tem uma pergunta ou um espanto, sintomas de uma curiosidade natural do ser humano diante das interrogações frente a fronteira da vida corpórea.
Viver no mundo ou viver para o mundo
O Espiritísmo é assim, abre-se uma cortina e todo um universo de conhecimento se desdobra diante de nós, diante disso nosso desafio é se vivemos para esse mundo ou se vivemos no mundo para nossa evolução. Há sempre uma batalha interna que noz faz pender para um e para outro lado dessa balança, é sempre um exercício de equilibrar-se, cair, levantar-se e tornar a equilibrar-se novamente. De um lado a nossa ancestralidade troglodita, de outro a jornada inexorável para a angelitude, somos nós que imprimimos peso e vontade nessa balança íntima.
Kardec e a fogueira
Quando o professor Kardec publicou o Livro dos Espíritos em 18 de abril de 1857, inaugurou uma nova etapa da existência humana na Terra, a promessa de Jesus sobre a vinda do Consolador Prometido havia se concretizado. Logo após a publicação do livro, as críticas e dificuldades surgiram de forma contundente, entretanto Kardec não esmoreceu, publicou mais livros, hoje conhecidos como o Pentateuco. Da Espanha Kardec recebeu a encomenda de duzentos exemplares de seus livros, quando os livros chegaram em Barcelona, foram apreendidos pelas autoridades aduaneiras por ordem do Bispo de Barcelona, que condenou os livros à fogueira da inquisição, e em 9 de outubro de 1861 todos os livros apreendidos foram queimados em praça pública, esse fato deu uma repercussão enorme ao Espiritísmo e acabou servindo de propaganda à nova doutrina que se estabelecia.
É preciso queimar nossas vaidades.
Assim como a fogueira no velho circo romano consumia os cristãos primitivos e acendia a fogueira da curiosidade e admiração dos espectadores sobre aquela nova religião, o Cristianismo, assim como a fogueira do Auto de Barcelona imprimiu novos olhares à obra de Kardec, torna-se necessário também que diante da nossa praça pública, queimemos nossas vaidades e nosso orgulho. Essa tarefa não é fácil, entretanto a Doutrina Consoladora nos é ferramenta de infinitos recursos em nossa auto redenção, o trabalho em benefício dos outros se demonstra como eficaz método de reflexão sobre o nosso papel no mundo, a Caridade portanto é o asfalto que pavimenta a estrada da evolução, e a maior Caridade que se pode fazer com a Doutrina é sua divulgação.“Aquele que me confessar e me reconhecer diante dos homens, eu também o reconhecerei e confessarei diante de meu Pai que está nos céus.” Mateus 10:32
Retirado do site http://lelaetcc.wordpress.com/

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