terça-feira, 8 de abril de 2014

CARMA POSITIVO

    O carma ainda é visto por muitas pessoas como algo negativo, um castigo, algo que se deve pagar por não se cumprir de maneira positiva a "lição de casa" imposta pela vida. Essa visão de carma ainda carrega a noção de pecado que a Igreja impôs a nós todos, carregada de nossos medos e desesperanças. É preciso começar a ampliar um pouco mais nossa visão de vida e refletir sobre algumas questões importantes e relevantes para nosso caminho.
    Primeiro devemos esclarecer que tudo o que descobrimos e desenvolvemos em uma vida ficam conosco como uma "caixa preta" para a próxima vida. Nosso aprendizado e consciência permanecem como uma tatuagem em nossos corpos mais sutis. Perceba que isso não tem nada a ver com alguma recompensa que possamos merecer ou não por termos nos comportado de acordo com as regras de Deus. É como se trouxéssemos uma sabedoria inata, que certamente foi construída no decorrer de todas as vidas antecedentes. Esse é o que chamamos de carma positivo.
   No entanto, devemos também lembrar que em vidas passadas construímos defesas e barreiras contra nós mesmos e nossa evolução, contra o amor e a criatividade, contra a expansão de nossas consciências. Essas defesas do ego se tornam parte de um padrão de comportamento que somente pode ser rompido através da consciência.
    Uma pessoa pode, por exemplo, carregar algumas fobias e depressão nesta vida como resultado de ações e traumas advindos de uma vida passada. Com relação ao amor, podemos entender o que Jung chamou de sexualidade arquetípica através de planetas como Vênus e Marte.
   Vênus no mapa do homem define o tipo de mulher arquetípica que ele procura (anima) e Marte no mapa de uma mulher o tipo de homem que ela quer (animus). Isso define que tipo de situação cármica relacionada ao amor essas pessoas viveram em outras vidas e não necessariamente o encontro com uma pessoa específica em si. Posso trazer um padrão cármico de relacionamento que fará com que eu mantenha cristalizado certo tipo de relacionamento.
   É interessante notar que a questão do amor e da integração da anima e do animus em nossas almas é uma das mais difíceis e precisamos de muitas vidas para isso. Por isso encontramos em nossas vidas tanto sofrimento com relação ao amor e aos relacionamentos. O carma negativo está diretamente relacionado com o conceito também junguiano de limpeza da sombra. No entanto, para que isso aconteça todos nós devemos nos submeter a uma boa terapia analítica ou a um programa diário de meditação, ou mesmo à dedicação honesta a alguma religião confiável para limpar essa sombra/carma.
   O mais importante que devemos entender aqui é que a reencarnação é um processo progressivo e nunca regressiva. Não existem recuos em nossas vidas. No mínimo, a manutenção de um mesmo status, o que vem a ser um enorme desperdício. De uma coisa devemos ter certeza: a lei cármica é implacável. Se não entendermos que nossa estada aqui envolve principalmente crescimento, estaremos ligados ao samsara (ciclo morte/renascimento) indefinidamente.
     Eunice Ferrari (retirado do site http://vidaeestilo.terra.com.br

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