A explicação que a doutrina espírita oferece sobre
as penas e gozos futuros é fruto da experiência
direta com os espírito
As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição dos espíritos. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua felicidade ou da sua desgraça. E como os espíritos estão por toda parte, não existe um lugar circunscrito ou fechado que possamos chamar de paraíso, inferno ou purgatório. Existe o estado moral dos espíritos.
Quanto aos encarnados, esses são mais ou menos felizes ou desgraçados, conforme é mais ou menos adiantado o mundo em que habitam. Inferno e paraíso são simples alegorias; por toda parte há espíritos ditosos ou infelizes. Os espíritos de uma mesma ordem se reúnem por simpatia e, quando são perfeitos, podem reunir-se onde queiram.
O “purgatório”
Por “purgatório” deve-se entender dores físicas e morais, ou seja, o tempo da expiação. Quase sempre é neste mundo que fazemos o nosso “purgatório”, onde Deus nos concede a chance de expiarmos as nossas faltas. Então, o que se deve entender por purgatório? Nada mais é que um estado de sofrimento físico e moral, consistindo geralmente nas provas da vida corporal, até que consigamos superar nossas provas, elevando-nos ao estado de espíritos bem-aventurados.
Sintetizando: Inferno é uma vida de prova extremamente penosa, com incerteza de uma melhora. Purgatório é uma vida também de provas, mas com a consciência de um futuro melhor.
Por “alma a penar” deve-se entender uma alma errante e sofredora, incerta de seu futuro e à qual proporcionar o alívio que muitos vezes solicita, vindo comunicar-se conosco.
Por “céu” não se deve entender um lugar onde os espíritos bons estejam todos aglomerados, sem outra preocupação que a de gozar, pela eternidade toda, de uma felicidade passiva. Céu é o espaço universal; são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores onde os espíritos gozam plenamente de suas faculdades, sem as preocupações da vida material nem as angústias peculiares à inferioridade. As expressões “quarto, quinto céu” etc., indicam graus de purificação e, em consequência, de felicidade.
Foi por isso que Jesus disse: “ Meu reino não é deste mundo”. É que o seu reinado também não consiste em um aglomerado de seus súditos neste planeta, mas se exerce unicamente sobre os corações puros e desinteressados. Ele está onde quer que domine o amor do bem. O bem só reinará na Terra quando, entre os espíritos que a virão habitar, os bons predominarem, fazendo com que nela reinem o amor e a justiça, fonte do bem e da felicidade. Haverá a transformação da humanidade, ocorrendo pela encarnação, aqui, de espíritos melhores, que constituirão na Terra uma geração nova. Os espíritos dos maus, que a morte irá ceifando a cada dia, e os de todos que tendem a deter a marcha das coisas serão daqui excluídos, pois que viriam a estar deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para outros mundos, menos adiantados, desempenhar missões penosas, trabalhando pelo seu próprio adiantamento e, ao mesmo tempo, pelo de seus irmãos ainda mais atrasados.
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