"Tem coisas acontecendo nesse mundão de meu Deus que, como diziam os mais antigos, "até Deus duvida". Os filhos da Terra, cegos e surdos pelo brilho e grito da matéria, insistem em andar sobre o solo do planeta como robôs automatizados.
Do mundo espiritual, berço de todos os espíritos, encarnados ou não, sempre foram jorrados tanto avisos como lenitivos, no intuito de lhes acordar para a realidade. Desde Moisés até Jesus, foram tantos outros "enviados especiais, sempre a luz se fez sobre o planeta, mas a humanidade insiste no erro e na escuridão com plantios desastrosos e collheitas calamitosas.
Como o tempo da programação cósmica para as mudanças se esgota, os "estremecimentos" se fazem necessários. Estão todos assustados pelos últimos acontecimentos, que não poupam nem as terras de Santa Cruz (Brasil) eleito berço do Evangelho. E as mentes não entendem por que aqui também acontecem catástrofes apocalípticas . Pergunta que todos saberão responder se voltarem a atenção para o dia-a-dia, para a rotina que se faz em suas vidas, na busca incessante de apetrechos materiais, lhes ocupam parte do dia e preenchem suas mentes à noite.
Primeiro precisam ganhar, depois acumular, depois manter... e por isso, o verbo conjugado é sofrer. O medo de perder o que se tem, toma conta e, com ele, mesmo tendo tudo demais, deprimem-se como se tudo lhes faltasse.
Este espírito que vive no mundo dos mortos e que por ter errado muito hoje procura lhes ajudar a acertar, afirma que "tudo lhes falta" quando o coração está vazio. Hoje se compram até "amores" em liquidação... Amores que não são amores, mas vazios que se tentam preencher com um sentimento que, embora exista dentro de cada ser, está mascarado pelo "visual" que precisa ser perfeito para que as pessoas tenham valor, sejam aceitas. E esse visual tão preocupante é deteriorável, perecível. Em questão de segundos pode se extinguir, sumir e morrer. Somente o que não perece, não morre nunca, não deixa de existir e que é eterno de verdade, é a essência que sai dessa casca física e continua sua jornada no Além. Enquanto na Terra, não há grifes para cobrí-la, não há outdoor para expô-la... ninguém é capa de revista, nem desfila nas passarelas se "só" tiver uma linda essência. Ninguém ganha prêmios nem votos por ser "bonito por dentro". Quando o homem sai do físico, seja devagarinho ou abruptamente, seja com aviso da doença ou sem aviso nenhum, desnuda-se de tudo o que o corpo lhe proporcionou numa fração de segundo. E aí sim, são vocês mesmos, deixando na Terra tudo o que julgavam necessário para descobrir no Além que estão agora sós, mas amparados graças a Deus. De bolsos vazios e pés descalços, terão de sobreviver obrigatoriamente daquilo que seus corações estiverem cheios. Que aquilo a que denominam tragédias coletivas, e que não os atingiu diretamente, lhes sirva de alerta consciencial. Que não seja motivo nem hora de acusações descabidas ou de procurar culpados, mas sim um estremecimento para acordar a quem dorme, de acertar o que está errado. Que seja o momento de acordar para as palavras de Allan Kardec: "Homens, por que lamentais as calamidades que vós mesmos amontoastes sobre vossas cabeças? Menosprezastes a santa e divina moral do Cristo, não vos espanteis, pois, que a taça da iniquidade tenha transbordado de todas as partes".
A dor não seria necessária se aprendêssemos a amar".
Leni W. Saviscki ( Palavras da preta velha Vovó Benta, Livro: Enquanto dormes)
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