"Não há religião ou doutrina superior à outra. A questão é de consciência, de processo experiencial.
O discípulo que inicia seu caminho no rumo das expansões conscienciais, quando não tem por perto dos seus estudos e práticas espirituais um instrutor abalizado na experiência, perde-se em julgamentos vazios. Não se pode perder de vista que as religiões sempre foram estágios para as consciências que trafegam na experiência do despertar, e que cada época trouxe o seu avatar, seu líder religioso, seu pensador, e assim, a egrégora mental planetária se transforma sempre na direção das ascenções, impulsionando a coletividade, quer seja de encarnados ou desencarnados, nas viagens entre os diversos "educandários", na busca incansável dos seres em aprimorarem-se e sublimarem-se através das provas individuais e coletivas.
O importante é que homem se torne melhor na religião que abraçou. Se for budista, que viva em si mesmo os exemplos de Sidharta Gautama. Se for cristão, que se apóie nas práticas de Jesus e viva seu evangelho de luz. Se for adventista, batista, evangélico, rosa-cruz ou ateu, que seja um exemplo de ser humano, esforçando-se no sentido de tornar melhor a sociedade, através do respeito e cordialidade, fraternidade e solidariedade, com humildade. Se for espírita, se eduque vivenciando as práticas propostas na codificação. Que importa se estamos no pagode (templo budista), na igreja, no templo, no centro espírita ou no terreiro da umbanda, quando nossa alma unificada em vibrações de simpatia universal busca o mesmo e único Deus Onisciente? Que importância tem, para as divindades e entidades de luz a nossa religião, se eles são puro amor e não são à favor dos separatismos doentio dos homens?
Todas as religiões vieram da mesma Fonte, mas em épocas diferentes conforme a necessidade dos homens. Zarathrusta, Maomé, Gandhi, Jesus, Krishna, Buda, Zoroastro, Confúcio, Lao Tse ou o Caboclo das Sete Encruzilhadas (fundador da Umbanda). São todos nossos irmãos, cuja origem se perde na noite profunda do cosmos, e todos vieram cumprir uma missão especial em favor do nosso entendimento espiritual, cada um em sua época e de acordo com o nível de evolução dos povos. Todos estimularam a virtude do amor incondicional e incentivaram a paz; todos insistiram em nos chamar de irmãos. Por quê, então, o orgulho, a vaidade, a arrogância, a prepotência, o desprezo e a presunção? Quem, destes Mestres, nos ensinou a sermos mesquinhos?
Ainda que venham outras e novas doutrinas, a nossa urgente necessidade de todos os tempos é tão antiga quanto o Pai Celestial, porém não é um mistério. O "amai-vos uns aos outros", eternizado por Jesus, deve sempre ser flâmula a tremular no céu de nossas consciências!
Meditemos profundamente e invoquemos a nossa Santa Presença Eu Sou, que nos orienta e inspira sempre quando somos honestos conosco mesmos. Nunca percamos de vista que o sucesso do nosso trabalho e de nossa missão, por humilde que seja, está em relação direta com a retidão do nosso caráter; está em sintonia com as vibrações de nossos corações."
Gandharananda Shanti _ Revista Caminho Espiritual núm. 09 (Editora Vivência)
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