domingo, 6 de dezembro de 2009

XAMÃS DANÇARINOS DO CAOS

Xamã (pronuncia-se saman, ou shaman), é um termo de origem tunguska (povo nativo da Sibéria). Os tungues identificam no xamã os portadores de função religisiosa, que podem "voar" para outros mundos, entrar em um estado estático e ter acesso e contato com seus aliados (animais, vegetais, minerais), seres de outras dimensões e os espíritos ancestrais. Historicamente o uso da palavra Xamanismo vem da Sibéria, de onde passaria ao Novo Mundo durante as migrações que povoaram o continente americano, desde 1000 a. C. O Xamanismo original floresceu na Ásia Central (povos turco-mongóis, himalaios e árticos).
Mas quem eram os Xamãs? Eram homens e mulheres capazes de entrar em transe, de estabelecer uma ponte entre este mundo e o outro, viajar nas dimensões inferiores, medianas e superiores, capazes de curar, guardiões da história oral de seu povo. Hoje, antropólogos utilizam o termo para se referirem a pessoas de uma grande variedade de culturas não ocidentais, que são conhecidas por palavras tais como: bruxo, feiticeiro, curandeiro, mago, mágico, vidente... Aqui no Brasil, utilizam o nome pajé, na América do Norte, Medicine-Man ou Medicine Women, na América Central, Curandeiros ou Feiticeiros. De certa maneira, todo Xamã é bruxo, mas nem todo bruxo é Xamã.
A prática do Xamanismo utiliza-se do trabalho como as rodas de cura, o som dos tambores, chocalhos, ervas, animais, minerais, direções sagradas, rituais, jornadas xamânicas, contato com seres espirituais, ritmos, danças e movimentos corporais, conexão com os elementos da natureza: água, terra, ar, fogo, cristais, pedras, argila, etc, são técnicas de cura e purificação dasdimensões física, emocional, mental e espiritual do ser humano.



"Os curadores se manifestam onde existe dor. O ambiente propício à cura é o da doença. O local favorável à transformação é onde o caos domina. Nós, Xamãs, somos os dançarinos do caos. Nos manifestamos e gostamos da escuridão da noite, das fogueiras acesas, porque é ali, entre a penumbra do céu e a cor forte do fogo, que fazemos a dança caótica transformando o ambiente à nossa volta.
Vou contar um pouco da minha história para que vejam como as entidades, os guias espirituais, um dia foram e continuam sendo homens. Quero dizer que da mesma forma que ascencionei, vocês também poderão fazê-lo, já que o processo da ascensão é algo possível e natural. Saibam que todos os espíritos que ascencionaram continuam em processo de aprendizado e evolução da consciência. Hoje sabemos que dominamos uma parte do nosso mundo interior e que outras porções continuam como universos intangíveis.
Fui um cientista atlante que trabalhava na cura. Nos últimas dias da Atlântida, a ciência estava distorcida, mas ainda muitos acreditavam que o homem venceria a si mesmo. Sempre buscamos a ascensão. Todos os povos e crenças desde que este mundo existe procuram a ascensão. Talvez não com essa palavra, mas como um desejo de soberania, autodomínio e libertação.No entanto, naquela época, o que os egos incultos encontraram foi a soberania dos poderes mentais e intelectuais, e dessa forma sucumbiu Atlântida em um verdadeiro caos de vaidades, em que os cientistas tinham tanto poder e domínio sobre as forças naturais que se acharam deuses.
Eles transformavam dias quentes em frios, usavam as águas do mar para gerar energia elétrica e milhares de outras poderosas forças. Mas ainda assim o homem vivia como um príncipe sobre a Terra, mas como um mendigo no espírito. Essa civilização não tinha a menor consciência de que ascensão não significa não ter dificuldades na matéria, porque as dificuldades fazem o homem evoluir, crescer e se transformar.
Ascensão significa libertação amorosa e compreensão da divindade interna.
Os cientistas atlantes se preocuparam apenas em criar facilidades no mundo objetivo. Naquela época o Homem praticamente não tinha nem que pisar no chão para ganhar sustento, o seu alimento. Tudo era controlado por exercício mental superior. O Homem transcendeu muitas coisas, mas deixou terríveis buracos na sua aura, porque nunca a humanidade foi tão egoísta quanto neste continente. O egoísmo destruiu tudo e é com muita tristeza que hoje vejo espiritualmente tantas pessoas se ressentindo daquilo que não têm, querendo apenas dinheiro, posição, prestígio e fama.
Hoje escolho servir ás almas, ensinar e ajudar os homens. Nesse desejo de sobreviver e tentar salvar aqueles que viviam no continente, vários grupos de cientistas fugiram de lá. Alguns foram para as Américas, outros para a África e parte do Mediterrâneo e Europa. Ali nesses ambientes inabitados, onde existiam apenas algumas pequenas tribos atrasadas, pousamos nossas naves. Enfrentamos terríveis desafios na mata e na selva. Não sabíamos como viver naquele mundo. Muitos morreram de doenças estranhas, porque não sabiam viver na natureza. Tudo isso foi bem sofrido e praticamente toda a tecnologia em poucas gerações se perdeu.
Lembrávamos apenas das estrelas e sabíamos controlar o calendário por meio delas, mas muito das nossas conquistas em pouquíssimo tempo foi absorvido pela selva no espesso tapete verde do novo mundo. Começamos então o processo de reencarnação nessa nova fase da Terra. Aprendemos a observar os ciclos da natureza, o tempo quando passamos a respeitar as coisas simples que há muito não fazíamos, como agradecer quando chovia. Vivi nessa época como índio, como um Xamã, e comecei a receber a paz dentro de mim. E foi a paz que aliviou a minha consciência, que me acalmou, me aquietou, abraçou minha alma sofrida e me transformou. Foi a paz daquele verde que me ajudou a encontrar a cura e me aproximou de Deus.
Hoje posso dizer que me autodenomino Pena Verde. Uso esse nome para que as pessoas me vejam como índio, humildemente consagrando minha energia à Terra e à cura. Não apenas à cura física das ervas que sei manipular, mas à cura dessa energia que transforma e limpa a vibração das pessoas com a natureza. Trabalho como Xamã e atuo nos centros, nos lugares onde chamam o noma da minha falange com liberdade porque não pertenço a nenhum lugar. Pertenço a esse amor que cura. Pertenço ao Pai que nos cuida e à energia maior que nos coloca em aprendizado constante e na oportunidade de servir. Os Xamãs, os cablocos, os índios, os senhores da terra, da lua, do ar, das ervas, das águas, dos raios, das montanhas e dos ventos vibram e trabalham em sintonia com os Raios de Luz na Energia do Pai. Todos Somos Um na plenitude do amor do Pai.

Xamã Pena Verde

PS: mensagem do Xamã Pena Verde extraída do livro: Os doze Raios e a Expansão da Consciência (Maria Silvia P. Orlovas)
PS2: imagem do xamã acima: Cláudio Gianfardoni

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